terça-feira, 18 de setembro de 2012

À descoberta


A vida é um jogo onde andamos sempre à descoberta de quem somos.

“Quando era mais nova, antes dos 11 anos, eu tinha uma imaginação inacreditável, tudo aquilo com que sonhava conseguia passar para o papel, conseguia tornar um simples sonho numa história de magia. Mas parece que com o tempo essa minha capacidade foi-se bloqueando, já não consigo mais falar de príncipes, de objectos animados, já não consigo mais “inventar”, agora tudo o que escrevo se tornou real, tudo o que escrevo é apenas sobre o que sinto, é apenas a realidade parecendo um pesadelo.”
Podia dizer que esta história vai ser sobre mim, mas não, vou contar a história de outra menina.
Desde pequena que essa menina tinha curiosidade em saber como era o meu real, mas ela não conseguia, sempre que tentava criar algo com sentido para os adultos, acabava por sair mais uma das suas histórias de fantasia, acabava sempre por se tornar num conto, um conto como este.
Havia algo de especial naquela menina que nunca ninguém viu, ela era como um portal para o mundo perfeito, um portal para onde nada do que havia na realidade fazia parte, onde tudo se tornava possível, onde tudo tinha cor e era mágico. Talvez as pessoas não a vissem assim por medo, medo de descobrir algo melhor, algo “perfeito”.
Mas essa menina tinha um problema, ela só conseguia viver ali, no seu mundo, longe de todos, onde ninguém chorava e se magoava. Ela era o optimismo em pessoa. Todos os dias quando chegava da escola punha-se a escrever, a inventar sempre mais alguma história encantadora, e ali vivia.
Os seus dias eram como pequenos capítulos de todas as histórias de encantar, de todos os contos de fadas. Mas será mesmo que tudo aquilo existia? Ela acreditava que sim, acredita que tudo era possível na nossa imaginação e só dependia de nós torná-la real ou não. De certa forma ela tinha razão, ela conseguia tudo o que muitas pessoas nem chegavam lá perto, ela na sua cabecinha conseguia ver tudo perfeito, conseguia inventar a perfeição até no que nem tinha cor, talvez vivesse noutro mundo mas para ela os sonhos eram reais.
Fantasia, cor, magia, perfeição, são as grandes coisas com que as crianças sempre sonham, mas não são só elas, eu acredito que até os adultos de vez enquando sonhem um pouco, e quem não sonha é porque já se iludiu demais com eles e caiu feio.
Será que vale mesmo a pena sonharmos tanto em criança? Será que vale mesmo a pena? Ela sonhava, sonhava mas não vivia, era como se nunca tivesse aproveitado tudo aquilo que tinha, e a menina percebeu isso aos 11 anos de idade. E o resto da história... bem... é igual a todas as outras que já escrevi!

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